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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Na caixa

- Apertada, sufocada, limitada.


- Me sinto assim, hoje, ontem, e amanhã também. Minhas forças parecem no fim, eu que sempre fui incrivelmente forte. Golpe após golpe e parece que finalmente conseguiram me levar à lona.

- Chega, cansei! de lutar, de tentar, quero mesmo é fugir daqui, fugir de todos, abandonar, tudo, todos, até os que me são caros, pois esses me prendem as minhas dores.

- Depois dos golpes certeiros, deferidos a punhos cerrados, me entrego aos meus medos, e mergulho no precipício, silenciosa, sozinha. Parece sem fim.. parece. Talvez esse seja o único modo de ganhar asas afinal.

- Mas acima de tudo, eu suporto, suportei, mas, até quando vou suportar?! Não sei.

- Ontem nos últimos minutos antes do sono me arrebatar, eu pedi, pedi, inúmeras vezes, pra acordar doente, com febre, talvez as dores do corpo, me façam esquecer, ainda que por um segundo, as dores que de fato me fizeram, fazem, chorar.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

a fome

fome?
sinto fome.
Sinto a fome.

fome?
de que?
porque?

fome!
comer pra saciar.
comer. e depois calar.

a fome.
Há fome?

Estou com fome sim! Com aquela fome capitalista de ter, de comprar, de comer. E aquela fome de ser.. ser gente. Fome suficiente pra devorar, gentes, crentes, indecentes, inocentes. Fome de correr, alcançar, derrubar. Fome de viver, fome de saborear vidas por mim vividas ou não.

Fome de tudo, e vontade de comer!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Nossas Pontes


Não gosto de coisas mal resolvidas ou mal explicadas!

Sou fã das certezas.
Sempre fui de pensar muito e fazer pouco.
Falar só o necessário.

E quando por ventura, ou por cachaça..

Falei demais, vontade não faltou, de querer pular
Daquela velha ponte, que todo mundo diz que vai
Mas o desejo passa, e não ficam arrependimentos

A ressaca moral só dura até o próximo copo

Ou próximo fato, inusitado, que me deixa..
Sem ques ou porquês
E então, em minhas certezas impossíveis

Que reluto em criar, guardar, manter

Me perco, sem portas ou janelas para passar
Vou ficando, nos mesmos quadros, quadrados!
Mas pinto minhas paredes e penduro quadros, redondos!

Com mais certezas incertas, quanto dúvidas venham causar

Vou tentando saber...
Sabendo que certa mesmo
Nunca vou estar..

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terça-feira, 1 de julho de 2008

Bailê

Não sou de pegar ninguém no colo,
Quer atenção? Não recorra a mim.
Tá! tudo bem nos primeiros quinze minutos,
Eu até vou tentar te ajudar, te cuidar..
Mas eu canso! E rápido..
Não gosto de frescuras,
um charminho vez por outra, até diverte
Mas frescuras não.
Piso na lama, descalça mesmo,
E pego bicho de mão
Tomo banho de chuva.. e me seco ao sol..
Gosto de ser bicho solto!
Livre pra ser, e liberdade a gente só acha de um modo
Atrás de uma bela mascara!!
Dizem que a máscara cedo ou tarde cai,
Concordo plenamente, por isso que usamos varias!!
E é hipocrisia dizer que não..
Usar mascara não é ser falso.
É não se mostrar completamente.
É se proteger, e ter liberdade.
Liberdade pra SER, não uma
Mas mil, de mil cores e sabores
E valores, porque não ?!
É ser sempre diferente, sendo sempre você!!

 
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